Nos EUA, de acordo com Agri Stats TM , a porcentagem de ovos incubáveis é de 96,87% ou seja: o descarte de ovos comerciais e inutilizados é de 3,13% dos ovos produzidos. Na América Latina, os ovos incubáveis ficam em torno de 95-96% porém, estes números tendem a ser menores nas empresas que produzem e vendem os pintos ( produtores independentes). Abaixo temos uma tabela de amostragem de uma classificação típica de ovos descartes em reprodutoras pesadas:

A sequência dos manejos com os ovos é de fundamental importância determinando a qualidade dos pintos.

Coletas, fumigações, armazenamento na granja, transporte para o incubatório, recebimento/fumigação na chegada no incubatório, classificação e estocagem também determinam a manutenção da qualidade do ovos e dos pintos.

No boletim anterior abordamos os manejos de SALA DE OVOS e agora continuamos falando sobre os manejos de incubação.

preparação da Carga

É importante que alguns itens sejam considerados para o carregamento dos ovos:

1. Datas de produção

Incubar sempre os ovos com as datas de produção mais velhas, para não haver erros é preciso identificar todas as bandejas de ovos classificados com a data da postura.

2. Idade das matrizes

Manter sequência das idades dos lotes, incubando sempre que possível os ovos de um mesmo lote nas mesmas  incubadoras - facilita as possíveis regulagens de temperatura e umidade de acordo com os lotes - falaremos sobre o assunto nos itens sobre manejos e regulagens operacionais das incubadoras.

3. Horário previsto para a retirada dos pintos

O horário de retirada dos pintos é fator importante para a definição da hora correta de incubação pois, podemos ter pintos prontos para a retirada antes do previsto e, ter como causa possíveis desidratações dos pintos ou, se acontecer ao contrário e os pintos atrasarem, poderemos ter pintos com umbigo mal cicatrizados e consequentemente contaminação como também acontecer um aumento de ovos bicados e não nascidos.

4. Época do ano

As diferentes temperaturas que acontecem durante os períodos de verão e de inverno e a falta de controles adequados de temperatura  dentro dos incubatórios podem causar perdas de eclosão e também da qualidade dos pintos tanto por baixas temperaturas como também por altas temperaturas; Tirar o melhor proveito das condições ambientais pode representar ganhos significativos na eclosão.

5. Pré-aquecimento

O pré-aquecimento pode ser bom para ovos estocados em temperaturas abaixo de 20 graus Celsius mas, precisa ser feita com todas as condições de temperatura, umidade e ventilação para evitar a condensação dos ovos e provocar mortalidades embrionárias e contaminação dos ovos acima dos padrões.

Muitos incubatórios fazem o pré-aquecimento na frente das incubadoras e os resultados são aceitáveis quando a sala tem uma boa circulação de ar e a temperatura da sala se mantem entre 24 e 28 graus Celsius com umidade relativa em torno de 60%.

A sala de pré-aquecimento deve ter: 

· controle de temperatura gradual entre 24 e 28 graus Celsius para ovos estocados entre 17 e 20 graus Celsius e ou entre 20, 24 e 28 graus Celsius para ovos estocados com temperaturas abaixo de 16 graus Celsius.
· controles de umidade relativa entre 55 e 65 %
· ventilação ( circulação ) de ar suficiente para não permitir que os ovos que ficam no meio dos carrinhos condensem por choque térmico.

Nos incubatórios que trabalham com máquinas em que os carrinhos de ovos são acoplados diretamente nas máquinas (Petersime, Avicomave e Casp mod. 57R e 62R), o pré-aquecimento pode ser feito diretamente na máquina.

O tempo ideal para um pré-aquecimento fica em torno de 8 horas e a temperatura a ser atingida deve ser a metade da diferença entre a temperatura da sala de estocagem (câmara fria) e a temperatura de incubação;

O CLIENTE SEMPRE TEM RAZÃO

esta frase pode ser verdadeira quando não damos a devida atenção aos itens acima.

(partes do texto trabalho do Dr. Ricardo Valle, Dip.ACPV, Arbor Acres Farm Inc. editado na AVICULTURA PROFESIONAL.

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