Avicultura, Política e Comércio
Constantemente recebo em minhas mãos a criação
de mais um organismo de classe – associação,
fundação, conselho, comitê e outros títulos
– com objetivo de desenvolvimento técnico, defesa sanitária
ou qualquer outra atribuição de responsabilidade técnica
dos médicos veterinários ligados a nossa atividade
– a Avicultura. Se unirmos todas as listas de respeitados
colegas profissionais que compõem essas entidades, chegaríamos
à triste realidade de que apesar de todo este primeiro mundismo
tecnológico no setor avícola, com altos índices
de produtividade, dispomos de poucos recursos humanos para a atividade,
pois os nomeados são sempre os mesmos.
É mais interessante ainda que os programas de seminários
ou congressos promovidos por essas classes sempre coincidam com
os mesmos nomes de palestrantes, invariavelmente mesclados com “
papas” internacionais que pouco conhecem a real situação
prática da Avicultura Nacional.
Não podemos negar que durante estes últimos anos temos
até aprendido muito com estes profissionais. Mas será
que não conseguimos formar novas gerações,
de conceituados técnicos que possam exercer estas funções?
Isso demonstra que não teremos um futuro tão promissor
da atividade, infelizmente...
Quem vai dar continuidade a este trabalho louvável até
aqui?
Por outro lado, temos uma consciência empresarial amadurecida,
como mostra o artigo do Sr. Luiz Aguiar Oliveira, da Cooperativa
Três Fronteiras Ltda de Medianeira / PR, na revista Avicultura
e Suinocultura Industrial do mês de fevereiro de 1995 (no
1018), onde seu bom senso e valorização profissional
são de uma profundidade espetacular, sem ao menos ter nenhum
destes colegas citados na revista como funcionários - o que
nos prova que há esperanças de que existam novos valores.
Há também trabalhos técnicos de colegas que
são extremamente éticos e vivem no anonimato como
o que desenvolveu o Dr. Anderson Andrade da Veiga, da Globoaves
– Cascavel / PR ou outros inúmeros a citar que refletem
diretamente no crescimento das empresas que trabalham sem nunca
terem sido sequer cogitados para participar do desenvolvimento contínuo
existente na atividade como palestrantes ou membros de qualquer
um das entidades citadas inicialmente.
Vamos dar chance aos novos valores emergentes e nos orgulhar do
que produzimos? Ou continuamos com as mesmas diretrizes dos políticos
nacionais, ou seja, um total descaso com o setor.
RENATO CRITTER
sócio-diretor Avipa |