Conhecer o meio é o caminho
Ao visitarmos o campo como técnicos, chegamos à conclusão
de que somente o nosso conhecimento técnico científico
não é suficiente para alcançarmos o sucesso
em nossas orientações e o retorno almejado pelas empresas.
Na maioria das vezes esbarramos principalmente nos entraves burocráticos,
resultando do tipo de administração das empresas.
Tais obstáculos influem diretamente no comportamento de seus
funcionários, do qual dependemos para a obtenção
de informações e para realização de
uma perfeita anamnese – importantíssima para o fechamento
de diagnóstico e na organização e desenvolvimento
das frentes de trabalho.
Hoje, poderíamos classificar essas empresas avícolas
conforme seu modelo de administração. Tais modelos,
apresentam vantagens e desvantagens, pois não há uma
padronização de métodos de ação,
o que seria mais coerente e oportuno.
É interessante observar que cada um desses modelos se baseiam
em definições já existentes, que classificaríamos
como: modelo americano, japonês, europeu e familiar. O único
ponto comum entre eles é que cada um se curvou diante da
Cultura Nacional – a mescla típica da formação
do indivíduo brasileiro. Mas, seguramente, não se
adaptou às nossas reais condições e necessidades.
Todavia, utilizam seus conceitos de origem como arma de sobrevivência.
No modelo americano, a organização de métodos
de ações é rígida, e por conseqüência
o sistema é burocratizado. A característica de suas
instalações é o luxo, os recursos tecnológicos,
financeiros e sociais em excesso; que talvez encareçam demasiadamente
seu produto final de comercialização.
A estratégia de marketing é um dos pontos mais marcantes.
Entretanto, num país desenvolvido como o Brasil, há
certas limitações, principalmente pelo poder aquisitivo
da população.
Atualmente, observamos nos EUA uma tendência drástica
de mudança na tentativa de se tornarem mais competitivos.
O estilo japonês, talvez o mais tradicional, é baseado
na cultura milenar oriental. Ao contrário do americano, é
totalmente ao trabalho, e pouco ao social. Os programas atuais de
qualidade Total e ISO 9000 são extremamente difundidos pelo
sucesso da economia japonesa. É talvez a maior fonte lucrativa,
hoje, de empresas que ministram cursos de orientação
baseados nesses conceitos. O investimento das empresas nacionais
para esses programas, contudo, é duvidoso no seu resultado
final, pois a cultura oriental é diferente da cultura brasileira,
e definitivamente não se encaixa em nossos moldes.
O modelo europeu é o mais tradicional em termos financeiros.
Não há muita ostentação e luxo, é
mais simples e adequado à economia nacional restrita. Investe
na formação de novos profissionais, mas se esquece
da experiência dos mais antigos, provavelmente por questões
de custo.
Já o familiar adapta-se bem à realidade nacional.
Fundamenta-se na confiança mútua de pessoas –
os familiares. Geralmente não durável devido ao excesso
de confiança. O homem é limitante conforme o tamanho
da empresa. Se ela cresce em uma velocidade maior que a reprodução
familiar, haverá necessidade maior que a reprodução
familiar, haverá necessidade de adequar às novas condições.
Todos esses modelos, na prática, podem ser mercenários
quando apenas visam o lucro. Não tendo condições
humanas e por conseqüência, na maioria da vezes, é
de curta existência, por sorte.
Como já foi mencionado, todos apresentam pontos e positivos
e negativos. Não nos capacitamos a julgá-los, mas
temos a certeza de que tudo tende ao equilíbrio lógico.
Há uma necessidade real de analisarmos os pontos favoráveis
de cada um, e adaptarmos ao nosso meio, a cultura e, viabilizá-los
como um estilo verde-amarelo genuíno. Só assim, conseguiremos
melhores resultados aproveitando a nossa criatividade natural.
Em suma, não basta sermos profissionais e realizarmos nosso
papel exclusivamente técnico. É necessário
inserirmo-nos no comportamento e atitude das empresas, todas com
seus respectivos estilos.
Conhecer o meio é um grande passo rumo ao sucesso dos PROFISSIONAIS
e da ATIVIDADE.
RENATO CRITTER
sócio-diretor Avipa |