Associação - será que funciona?

Recebemos um convite para reunirmos laboratórios de Diagnóstico e Controle Sanitário em Avicultura a fim de constituirmos uma Associação, no intuito de discutir os interesses comuns da classe.

Sempre fomos abertos a diálogos com qualquer órgão, seja com os laboratórios de empresas particulares, ou de oficiais governamentais, dos produtores de biológicos, das Universidades e da maioria dos concorrentes, sem preconceitos; contudo, nos esforçamos para entender o real significado da palavra Associação e do objetivo dessa instituição, e acreditamos que em nosso caso não funciona (será que funciona em outras associações?).

Dos tipos de laboratório acima citados, uma parcela trabalha e processa materiais para propiciar controle de qualidade nas suas próprias empresas, mas, outros também se utilizam de seus Laboratórios como argumento de vendas e, finalmente, em nosso caso, que somos prestadores de serviço às empresas que controlam seus planteis confiando em nosso trabalho, por não disporem de uma estrutura laboratorial.

Os problemas são as diferenças cruciais entre os Laboratórios em termos de conceitos, tanto nas provas de eleição, como sorologia – (entre soroneutralização e Elisa) ou na padronização dos processos (protocolos de isolamentos bacterianos, principalmente) com utilização de meios, antígenos, anti-soros de diferentes origens e intrepretações, e também conceitos divergentes de fórmulas de cálculo de custos e cobrança dos serviços.

Certos laboratórios em reuniões anteriores até que se propuseram a chegar num consenso quanto aos aspectos: métodos, interpretações e custos, mas parece que não se adaptaram bem às circunstâncias, ou ao mercado e nem determinações mais exatas do próprio Ministério da Agricultura em forma de ofício. Não se utilizam do processamento convencionado por órgão oficial (não estamos discutindo se estão certos ou não), como também em relação aos custos, parece que não há metodologia de cálculo precisa, pois o que têm cobrado não condiz com a qualidade de serviço.

Há exemplos de testes virológicos que não pagam nem o custo do ovo SPF, sorologias que também não cobram o custo dos antígenos e necrópsias, que se realizadas por veterinários capacitados, estes não devem estar recebendo nem o salário mínimo da classe.

Com todas essas situações descritas, não há maneira de se unir os laboratórios numa associação proposta, a não ser que nos tornemos outra dessas Associações políticas que poucos se beneficiam pessoalmente, utilizando-as como escudo, o que não seria incomum...

Não podemos de maneira alguma generalizar essas situações, e não somos prepotentes de julgá-las incorretas devido as circunstâncias; pois os empresários avícolas têm optado muito mais por custo que por qualidade, mas que elas existem, isto existem.

RENATO CRITTER
sócio-diretor Avipa